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Gás letal: a câmara para gansos na dieta biocida

18 de setembro de 2015
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Uma notícia dada em detalhes, mesmo estando correta, quase sempre mascara os desdobramentos que levaram à ocorrência do fato. Esta passagem é da notícia do extermínio de gansos selvagens na Holanda, usando-se uma câmara de gás, como no extermínio dos judeus. Tudo está corretamente noticiado: “As populações de gansos dispararam, impulsionadas por uma proibição de caça de 1999; o aumento do uso de fertilizantes ricos em nitrogênio pelos fazendeiros, o que os gansos aparentemente amam; e a expansão das áreas de proteção. Essa combinação, somada a uma abundância de rios e canais, transformou o país em um paraíso para os gansos, disse a Drª Julia Stahl, líder de pesquisa do Sovon, um grupo que monitora a população de aves selvagens na Holanda.”
Agora vem a parte que realmente interessa e não é destacada na notícia. Os campos adubados com nitrogênio, que de fato atraem os gansos por sua fartura de nutrientes, destinam-se ao cultivo de alimentos destinados ao gado, por exemplo, às vacas das quais o leite é extraído.
Se não houvesse consumo de laticínios não haveria tanto monocultivo fertilizado com tanto nitrogênio, buscado pelos gansos selvagens. O último elo dessa cadeia da câmara de gás para gansos selvagens são os, aparentemente inocentes alimentos lácteos: o copo de leite, a fatia de queijo, o pote de iogurte, os legumes na manteiga, o sorvete e todos os processados nos quais colocam algum derivado do leite na composição.
A cadeia de erros é feita de muitos elos. Se não houvesse consumo de laticínios, não haveria bezerros triturados para virar ração de animal escolhido para estima, nem haveria carne de vitela. Se não houvesse consumo de laticínios, não haveria campos cultivados com gramíneas e similares destinadas às vacas, e os gansos selvagens não seriam atraídos para esses campos.
Aliás, a Holanda consome para seu gado leiteiro e gente 15 a 16 milhões de hectares cultivados com grãos, cereais e plantas, mas produz apenas dois milhões de hectares (Cf. Galactolatria: mau deleite), deixando o resto ser produzido alhures. São os chamados hectares fantasmas. Eles exaurem o solo e poluem as águas e o ar em outro país, em outros continentes, tudo para fornecer alimento para as vacas escravizadas na extração do leite que eles comercializam.
Bem na base desse iceberg, do qual só vemos a pontinha, o exterminador de gansos com sua câmara de gás nazista é contratado pelo governo para fazer seu trabalho letal no final de uma cadeia alimentar animalizada e biocida, do primeiro ao último elo. Sua ação é a performance que melhor retrata o estilo dietético que a metade dos humanos segue sem querer ver o que se passa atrás da cortina de gás.

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