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Ciclistas japoneses pedalam para ajudar animais em Macau, China

18 de junho de 2015
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Um grupo de seis atletas volta a pegar na bicicleta para um “tour” solidário desta vez no Japão, numa iniciativa cujos fundos angariados revertem para a associação local MASDAW que trabalha na proteção de animais. O objectivo é pedalar entre 500 e 1.000 quilômetros, sem parar, durante 48 horas para alertar para uma causa: não compre animais, adopte-os. O grupo decidiu apoiar esta associação após uma má experiência com uma loja de animais. Todos podem contribuir com o seu donativo
Uma equipa local com seis ciclistas, da “Recoil”, vai correr, no Japão, entre 500 e 1.000 quilômetros, durante 48 horas sem paragens, por uma causa especial: salvar os animais abandonados. Mark Gilbbons, que se compromete a chegar aos 1.000 quilômetros, decidiu este ano testar os seus limites, para agitar as consciências e elevar o lema: “não compre, adopte”. Os fundos angariados nesta corrida, em que os atletas dão o máximo de si, vão reverter diretamente para a Associação para os Cães de Rua e Bem Estar Animal em Macau (MASDAW, na sigla inglesa), que recentemente foi formalmente constituída.
Nos últimos quatro anos a “Recoil” tem ajudado, sempre através do desporto, associações como a Cruz Vermelha a angariar fundos para, por exemplo, escolas no Interior da China, mas desta vez foi uma causa local a tocar os corações deste atletas. Tudo começou quando Mark Gibbons e a mulher tiveram contato com a MASDAW depois da tristeza lhes bater à porta: compraram um cão numa loja, em Macau, que morreu 10 dias depois, com suspeitas de que o animal tenham sido trazido ilegalmente para o território não tendo resistido a um coronavírus.
Depois deste episódio, a família decidiu adoptar um dos cães resgatados, em Coloane, pela MASDAW. “Primeiro compramos numa loja, mas como o cão veio ilegal da China tinha um vírus e morreu em 10 dias. Quando olhamos para eles nas lojas parecem bonitos, são de várias raças, mas podem não estar em condições. Agora temos um cão também bonito e que faz parte da família”, contou Mark Gibbons antes de partir para o Japão.
Entre sexta-feira e domingo, Mark, Miguel, Herris, Ivan, Arcadia e Diana vão pedalar durante muitos quilômetros e esperam que o seu esforço seja recompensado com os donativos. “Fizemos uma pesquisa sobre a associação que faz parte da nossa sociedade em Macau. Esta associação não se trata apenas de um emprego, como na Cruz Vermelha em que aquele é o trabalho das pessoas. Na MASDAW estamos a falar de pessoas que se voluntariam pela causa dos animais”, indicou Mark Gibbons, notando que, assim, é mais certo saber o destino do dinheiro angariado com tanto esforço da equipa.
“Trabalhamos muito duro para conseguir estes fundos. Ninguém imagina o que é fazer ciclismo durante 48 horas sem parar. No ano passado foram 44 horas e não consigo descrever o misto de emoções, dores. São 12 meses de investimento, de muito tempo dedicado, algum tirado à família, acordar cedo”, referiu Mark. “No passado ajudamos escolas na China com bolsas de estudo para as crianças, ou trabalhamos com a Cruz Vermelha, também em angariações para escolas no Interior da China, mas depois não temos consciência de como o dinheiro é aplicado lá fora e trabalhamos mesmo duramente para o angariar”, disse.
Apostados em ajudar uma associação local, cujo trabalho conhecem, os seis ciclistas lançaram ainda uma edição limitada de 223 t-shirts com a mensagem “Adopt! Don’t Shop”, sendo que até ontem cerca de metade do estoque já tinha sido adquirido por pessoas que também decidiram juntar-se a esta causa. Os outros donativos podem ser feitos para as contas da MASDAW (BOC MOP – 13-01-20-024733, BOC HKD – 13-11-28-414400, BNU MOP – 9012686823 ou BNU HKD – 9012686891).
A associação sente-se muito satisfeita por a “Recoil” a ter escolhido na sua nova missão. A trabalhar nalgumas zonas de Macau para resgatar animais ou alimentar os que estão abandonados mas ainda não têm confiança para se aproximar dos humanos, a MASDAW olha para esta iniciativa como uma oportunidade para desenvolver mais trabalho.
“Precisamos de apoio, porque o dinheiro não cai do céu. Esterilizamos animais, as cirurgias daqueles que resgatamos magoados também são caras”, indicou ao JORNAL TRIBUNA DE MACAU Fátima Galvão, uma das fundadoras da associação. “É bom ver que as pessoas são sensíveis à nossa causa, que são os animais de rua. Às vezes as pessoas só querem os de raça”, refere a responsável.
Esta missão “Regaste Recoil” é uma boa chamada de atenção para os riscos que também se correm quando se opta por comprar nas lojas de animais. A história de Mark e da mulher, Diana, não é única. “Viram o esquema das lojas que só querem vender. Depois encontraram na nossa página que estavam a salvar cães e adoptaram um”, refere Fátima Galvão.
Neste momento, a associação cuida de 34 cães, que ficam a cargo de alguns membros que disponibilizam a sua casa para dar um lar aos animais abandonados até que sejam adoptados. Além disso, a MASDAW alimenta ainda vários animais difíceis de resgatar por já não estarem habituados ao contacto com os humanos.
Esta nova missão parece ter tudo para correr bem já que os atletas são conhecidos por se prepararem com afinco para as suas missões. Cada um com o seu objectivo está disposto a ajudar: Mark, um assumido viciado em “endurance”, pretende percorrer 1.000 quilômetros em 48 horas; Miguel, conhecido como o “Rei da Montanha” em Macau tem como desafio um mínimo de 500 quilômetros em 48 horas, tal como Herris e Ivan. Arcadia, uma “sprinter” furiosa, e Diana também definiram como desafio percorrer 500 quilômetros em 48 horas.
A “Recoil” já realizou uma digressão solidária a Hainão, na altura em parceria com uma entidade corporativa da RAEM. Este ano, pela segunda vez, o grupo escolhe o ciclismo como o desporto de angariação de fundos. E pela primeira vez a “Recoil” lança-se à estrada sozinha, sem as parcerias do ano anterior para ajudar uma associação local. Os ciclistas gostavam de correr em Macau, mas devido às estruturas de transporte não é possível cumprir esse desafio.
*Esta notícia foi escrita, originalmente, em português europeu e foi mantida em seus padrões linguísticos e ortográficos, em respeito a nossos leitores.
Fonte: Tribuna de Macau

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