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Starbucks e a exploração de animais humanos e não-humanos

14 de setembro de 2015
7 min. de leitura
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Por Collectively Free (traduzido por Elis Tanajura – da Redação)

Foto: Collectively Free.
Foto: Collectively Free.

A comunidade ativista Collectively Free, que busca a liberação animal por meio de mensagens e ações anti-especistas, criativas, interseccionais e não-violentas, lançou uma campanha de alerta sobre a empresa Starbucks e a exploração de animais humanos e não-humanos. O texto abaixo foi traduzido para alertar também os consumidores brasileiros sobre as mentiras do bem-estar animal da Starbucks e empresas semelhantes.

Estamos na era tecnológica, mas quanto do nosso progresso coletivo vem à custa dos “outros”? Desde as primeiras nações colonizadas de antigamente aos animais não-humanos nas fazendas industriais de hoje. Como racionalizamos essa injustiça deliberada? Como justificamos um café expresso em detrimento da floresta derrubada para crescer grãos de café, floresta que uma dia forneceu um lar para milhares de espécies animais e vegetais? Como podemos justificar isso para os trabalhadores das plantações de café que colhem os grãos carregados de pesticidas em um calor extenuante em troca de poucos centavos por dia? E como podemos justificar isso para as vacas, cujos bebês tiramos logo após o nascimento, para que possamos beber o seu leite?

Conheça Josué. O dia em que nasceu, Josué foi morto e, em seguida, descartado, como lixo. Normalmente, celebramos uma nova vida, mas os animais não-humanos que nascem apenas para serem mortos não desfrutam de uma vida feliz e livre. As vacas são tratados como máquinas de leite, repetidamente e forçosamente grávidas e exploradas pelo leite que produzem para seus bebês. Joshua cresceu dentro de sua mãe durante 9 meses, assim como os bebês humanos fazem. Ele e sua mãe conectados – tal como os humanos.

Vacas, seres humanos, peixes, aves – somos todos animais. Todos nós cuidamos dos nossos bebês, todos nós criamos laços com os nossos amigos e todos nós sentimos dor. Todos somos pessoas.

Nem um café com leite, nem qualquer outra conveniência pode justificar o sofrimento de outra pessoa, mesmo que esse alguém esteja fora de nossa vista. No entanto, no mercado capitalista globalizado em que vivemos, é muito fácil não perceber as consequências de nossas escolhas. Mesmo algo tão simples como um café com leite carrega implicações para milhares de seres humanos e não-humanos. Nossas vidas estão tão interligadas com a vida dos outros simplesmente através de nossas ações que a frase “escolha pessoal” tornou-se um paradoxo. E, no entanto, somos encorajados a acreditar que nossas escolhas afetam apenas nós.

É hora de assumir a responsabilidade por nossas escolhas e ações. É hora de exigir que empresas como a Starbucks parem de explorar animais não-humanos e humanos. É hora de começarmos a nos importar. Se não o fizermos, não teremos um planeta ou comunidades para chamar de lar. Por isso, o Collectively Free lançou uma campanha de alerta sobre a empresa Starbucks.

Por que Starbucks?

Porque está em toda parte

A escolha da Starbucks como um local para esta campanha foi feita porque a empresa representa um dos muitos exemplos da cultura consumista de exploração – tanto nos “valores” corporativos quanto na demografia do cliente.

Starbucks começou como uma pequena cadeia de cafeteria em Seattle na década de 1970 e em menos de 50 anos se expandiu para mais de 21.000 lojas em mais de 65 países. Isso significa que duas gerações inteiras cresceram com a palavras “venti frappuccino”. Starbucks tornou-se uma tal ubiquidade que não paramos para questionar seus valores ou práticas; nós só a notamos quando precisamos de um café, um ponto de encontro ou um banheiro. Esta onipresença é precisamente o que Starbucks capitaliza e com muito sucesso. Lojas Starbucks estão em todos os lugares, facilmente acessíveis e acolhedoras de todos os tipos de pessoas, desde estudantes universitários a banqueiros.

Porque o movimento lhes deu um passe livre

Só porque Starbucks nos ensinou a tê-la por certa, não significa que nós temos que aceitar, e nós não deveríamos. Starbucks pode não ser tão evidente em sua exploração dos animais não-humanos como KFC, ou não tão flagrante na sua exploração dos seres humanos como The Gap, mas isso não significa que eles devem obter um “passe” em nosso departamento de ética. A realidade é que eles são uma empresa altamente rentável em que os superiores se beneficiam do trabalho e / ou sofrimento daqueles abaixo – o modo como qualquer corporação típica é estruturada.

Por causa de sua demografia

Nós também escolhemos falar sobre Starbucks por causa de sua demografia. Os clientes da Starbucks são quase tão diversos como todos os espectros da população humana: em classe, gênero, raça, idade, nacionalidade, etc. A campanha vai, assim, ser capaz de chegar a uma grande variedade de pessoas. Como o objetivo da ação direta é desafiar normas culturais, quanto os mais diversos destinatários são, maior será o impacto.

Por que agora?

Chegou a hora de responsabilizar as empresas ​​por suas ações. Reclamações de práticas éticas não deveriam ser apoiadas por publicidades fantasiosas, mas por ações inequívocas – ações que não explorem os seres humanos, não-humanos ou o meio ambiente. Um negócio simplesmente não pode chamar-se “ético” se explora qualquer um dos três.

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Respostas às suas perguntas
O que direitos animais tem a ver com Starbucks e meu café?

Apesar da Starbucks ser conhecida principalmente pela venda de café, para manter-se perante a concorrência, eles começaram a comercializar alimentos. De acordo com o CEO Howard Schultz, a empresa compra de agricultores que estão comprometidos com práticas “humanitárias”.

“Da mesma forma que com nosso café, o objetivo da Starbucks para tudo que nós vendemos é ser produzido sob alta qualidade e padrões éticos. Em relação aos alimentos e laticínios servimos, isso significa um compromisso com os padrões de responsabilidade social, com o bem-estar animal como um foco principal. Estamos empenhados em trabalhar e comprar de agricultores e fornecedores que compartilham nosso compromisso com as práticas humanas ao longo do ciclo de vida de um animal.” – Práticas de Bem-estar Animal do Starbucks

Starbucks promove o especismo ao lucrar com as mortes e exploração de animais não-humanos. Eles mascaram isso, chamando-os “sanduíche”.

Além disso, a Starbucks está derramando essa exploração e matança em nossas xícaras. Starbucks usa mais de 140 milhões de litros de leite de vaca por ano, o suficiente para encher 212 piscinas olímpicas! Starbucks é uma empresa de leite mais do que uma empresa de café e consegue esconder isso tão bem. Mas está bem na nossa frente, em todos os cafés com leite, ou lattes: 540 ml de leite de vaca e 60 ml de café.

Essa campanha foca só em uma questão. A Starbucks oferece leite de soja.

Nossa mensagens anti-especista destaca a individualidade de animais não-humanos e centra-se na libertação animal. Em vez de dizer aos consumidores para trocarem o leite de vaca pelo leite de soja para ajudar os animais (ainda assim contribuindo para a mercantilização dos animais, uma vez mais, tratando-os como produtos), dedicamos nossa energia para apresentar a continuidade entre animais humanos e animais não-humanos, utilizando uma série de métodos criativos. O leite de soja é sem dúvida importante, mas nosso objetivo não é criar vegans potenciais passivos. Em vez disso, buscamos energizar e inspirar todos a agir.

Você está pedindo um boicote?

Não. Estamos interessados ​​em chegar aos clientes e funcionários da Starbucks para provocar uma mudança social, lembrando-os das vidas que foram perdidas e mercantilizadas para uma bebida ou um sanduíche. Se todos parassem de comprar da Starbucks, trilhões de animais ainda seriam mortos. É por isso que precisamos de todos e cada um de vocês para interromper o especismo.

Como posso aderir à campanha?
É simples! Baixe todos os materiais para esta campanha. Identifique uma loja Starbucks perto de onde você mora. Faça uma intervenção (aprenda como organizar uma ação).

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Infográfico: Collectively Free

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