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Dicas de convivência entre animais e crianças

13 de janeiro de 2015
6 min. de leitura
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

O sonho de muitas crianças é ter um animalzinho de estimação. Mas antes da família tomar a decisão de receber em sua família um novo membro de outra espécie, é preciso se avaliar muitos fatores para que a situação de convivência familiar não se torne um problema para humanos e animais.

Primeiramente lembramos que adotar é sempre a melhor escolha! Seja um cão um gato ou ate mesmo animais diferentes como: hamister ou coelho. Existem ONGS e associações onde é possível se adotar animais que nasceram na rua ou foram abandonados.

A maioria deles já vem castrados, vermífugados e vacinados. Em quase todas as instituições existe até um acompanhamento psicológico, que traça um perfil de comportamento para que os adotantes possam escolher os melhores companheiros a seus estilos de vida.

Assim fica fácil escolher animais mais independentes ou carentes, calmos ou agitados e inclusive se ter uma ideia aproximada do porte físico que vão ficar no caso dos filhotes. Facilitando a escolha conforme as características das famílias adotantes.

Então reforçamos a ideia, antes de receber um animal como um novo membro em sua família, avalie a disponibilidade de espaço, dinheiro e tempo. Lembre-se que junto com o animal vem os gastos com ração, veterinário, higiene e ele necessita de cuidados, atenção e carinho o que demanda tempo. Mas que em contraparte, são fieis amigos, que não julgam e estão sempre dispostos a nos amarem sem restrições.

Ter um animal de estimação pode ser muito bom para uma família, principalmente para as crianças. Algumas pesquisas da Universidade de Melbourne na Austrália apontaram que as crianças que tiveram algum tipo de animal até a idade de cinco anos, posteriormente se tornaram mais resistentes a algumas doenças. Enquanto isso, aquelas que não tiveram a experiência de ter um animalzinho de estimação, estavam mais propensas a desenvolver alergias e infecções de ordem respiratória.

Outro estudo comprova que o fato de respirar o pó de casinhas de cachorros e até pelos de gatos, demonstraram que o organismo humano desencadeia uma proteção natural conta o vírus RSV, responsável por diversas infecções e problemas respiratórios.

Além de benefícios a saúde os animais podem auxiliar no desenvolvimento do caráter das crianças. Estas quando orientadas pelos adultos, a cuidarem da manutenção dos mascotes, estimulam a autonomia e a responsabilidade. Cuidar da limpeza do bichinho e do seu habitat, da sua alimentação, medicá-lo quando necessário, também favorece o desenvolvimento do vínculo afetivo e a lidar com os mais diversos sentimentos, da frustração à alegria e até a morte. E nesta relação entre a vida e a morte que o animal de estimação tem um papel muito importante, a criança aprende a lidar com a perda e com a dor.

A partir da convivência com animais, a criança aprende a se relacionar com as outras pessoas, desenvolvendo a sensibilidade, a observação, a compreensão e os sentimentos de solidariedade, generosidade, zelo, afeto, carinho e respeito.

Em nossos lares atuais onde os pais trabalham e os filhos ficam muito sozinhos, o animal de estimação faz companhia e estimula o desenvolvimento afetivo. O animal também ocupa um lugar de destaque na casa onde há irmãos que brigam muito: o bichinho torna-se o foco de atenção e proporciona um relacionamento mais saudável entre as crianças.

Os animaizinhos também podem ser fortes aliados contra a obesidade das crianças através de brincadeiras e passeios com os animais as crianças se exercitam. Os cães, por exemplo, exigem caminhadas diárias, isso pode incitar a criança a fazer passeios e jogos ao ar livre.

Os animais ainda são grandes auxiliares em casos específicos, para crianças com necessidades especiais. Os animais são indicados para pessoas com deficiências sensoriais (cegos e surdos), dificuldades de coordenação motora (ataxia), atrofias musculares, paralisia cerebral, autistas, portadores de Síndrome de Down, distúrbios comportamentais e outras afecções.

Mas mesmo com todas essa vantagens e fazendo todo planejamento necessário, não devemos nos esquecer que a convivência entre crianças e animais deve ser sempre supervisionada. Além das características do animal e da capacidade familiar de o recebe-lo, características das crianças que iram conviver com ele devem ser levadas em consideração.

De acordo com especialistas, crianças de 3 e 4 anos podem conviver com cães sem nenhum problema, uma vez que já adquiriram certa autonomia. Nesta idade, as crianças possuem habilidades motoras, são capazes de se defender e entender algumas regras de convívio, do que é ou não permitido fazer. Eles aprendem, com a orientação dos pais, os limites da relação com os animais, por exemplo, que não podem subir no cachorro ou puxar suas orelhas.

Os gatos são indicados a crianças a partir dos 3 anos. Eles são bichos limpos, carinhosos e proporcionam tranquilidade. Os peixes e os roedores são recomendados para crianças pequenas, desde que estas se restrinjam a observar e fazer manutenção do aquário ou gaiola. Coelhos, porquinhos da Índia e hamisters podem ter contato com crianças na faixa dos 4 anos desde que sejam orientadas a tomar cuidado com o manejo. Estes últimos são dóceis, tranquilos e exigem uma manutenção barata.

Cabe aos pais avaliar se a criança está pronta para ter um bichinho ou não. Para tanto, eles devem estar dispostos a ajudar nas tarefas e isso requer uma dose de paciência e de tolerância. Principalmente em relação às tarefas que exigem maior compromisso com os horários, como dar comida ou remédio. Levar ao veterinário também faz parte da lista de tarefas. Já as atividades mais simples devem ser atribuídas progressivamente aos pequenos.
Na faixa dos 12 anos que as meninas conseguem cuidar do animal, já os meninos, só a partir dos 14 anos. Os pais devem servir de guia para os filhos, ensinando e orientando o que eles podem fazer. Os pais são modelos, se tratarem o animal bem, a criança fará o mesmo e agirá assim com outras pessoas. Caso contrário, achará que o mau trato é normal e levará essa experiência para o mundo afora, tanto em relação aos animais quanto aos humanos.
A decisão de levar para casa um animal de estimação independente da espécie do bichinho que seja deve ser tomada pelo amor que ele inspira. O animal nunca deve ser tratado como um brinquedo. Aquele que serve para algumas horas e depois é largado pelos cantos. Um animal não pode ser ligado quando queremos brincar e desligado quando estamos ocupados ou sem vontade de interagir.
Os psicólogos apontam que a convivência das crianças com os animais estará cheia de emoções boas e ruins, mas os pais devem usar justamente estes momentos para a educação dos filhos.
E lembramos, mais uma vez, é necessário responsabilidade e orientação dos pais para que a convivência entre crianças e animais sejam sempre proveitosa.
Abusos ou descuidos das crianças frequentemente levam a fraturas, intoxicações, envenenamentos e doenças dos animais. Ou a mordidas arranhões e traumas físicos e psicológicos às crianças. E aquele que seria motivo de alegria a uma família acaba se tornando um problema.
Animais de estimação não são humanos, mas são membros da família, merecem respeito e colaboram para a harmonia e saúde de um lar.
Fontes consultadas: Alo Bebê – www.pediatriaemfoco.com.br www.acolhida.org.br
M. Veterinário: Ricardo Luiz Capuano

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