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Japoneses preparam matança de baleias na Antártica

12 de dezembro de 2013
4 min. de leitura
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Por Simone Gil Mondavi e Vinicius Siqueira (da Redação – Argentina)

(Foto: Divulgação)
(Foto: Divulgação)

Três navios, sendo dois destinados à matança de baleias e um à vigilância partiram para o mar Antártico, para caça anual ao mamífero, segundo a imprensa japonesa. As informações são do Econoticias.

Kyodo News disse que os três barcos partiram desde o porto ocidental de Shimonoseki para se juntar a outros dois navios e caçar até 935 baleias-minke-antárticas e até 50 rorquais ou baleia-de-bossa, até março de 2014.

A agência de pesca havia mantido a data de saída da frota em secreto como medida de precaução contra a obstrução dos grupos de defensa animal do Japão e de outros países.

No início deste ano, as autoridades de Nova Zelândia visitaram o local para apoiar as ações de Austrália contra o programa de caça de baleias de Japão.

O governo australiano espera que a equipe de 16 juízes consiga proibir a caça anual de Tóquio, argumentando que a caça não acontece “para apoiar a investigação cientifica”, como permite o articulo oito da Convenção Internacional de 1946 para a Regulação da Caça de Baleias.

Os caçadores japoneses têm matado a mais de 14 mil baleias em nome da ciência desde 1986, a maior parte no Oceano Austral.

O grupo defensor de animais Sea Shepherd foi até a Antártica durante nove temporadas tratando de deter o que eles descrevem como “matança comercial”.

O único navio-fábrica de carne de baleia no mundo, que é utilizado pelo governo do Japão. (Foto: Sea Shepherd Australia/Tim Watters)
O único navio-fábrica de carne de baleia no mundo, que é utilizado pelo governo do Japão. (Foto: Sea Shepherd Australia/Tim Watters)

Segundo o Dr. Sidney Holt, membro do Sea Shepherd, os criadores dos programas de caça às baleias estabelecem um “cálculo” científico de quantas baleias devem morrer para que pesquisas sobre a conservação destes animais possam ser concluídas, entretanto, Dr. Holt explica que cálculos estatísticos, com base na morte de uma parte da população de uma espécie, nunca foi um tipo de teste cientificamente eficaz (e nem ético).

Os programas JARPA e JARPA II se justificam justamente por esses cálculos que não podem ser mostrados à corte responsável por avaliar as ações de caça do Japão, mas Holt questiona, além da veracidade do método empregado pelas pesquisas, a sua honestidade em relação aos animais. Para o cientista, os cálculos são feitos com base na demanda de mercado da carne de baleia.

O Instituto de Pesquisa de Cetáceos (ICR), localizado em Tokyo, é o responsável pelo monopólio de toda a carne retirada nos dias de expedição (como é chamado o momento em que a indústria de pesca está conectada ao período de matança na Antártica),  além de ditar os preços a que esses produtos, após serem processados, serão vendidos e de aumentarem ou diminuírem a propaganda para públicos-alvo determinados (como restaurantes).

Foto: Sea Shepherd Australia/Tim Watters
Foto: Sea Shepherd Australia/Tim Watters

“Os comentaristas na mídia dizem ficar surpresos ao saber que há material de pesquisa científica em seus pratos, entretanto, não o que se espantar, já que o governo japonês nunca apoiaria nesta escala as “pesquisas” feitas com baleia”, alerta Dr. Holt. Segundo o membro da Sea Shepherd, o governo japonês nunca realizou uma pesquisa séria sobre as baleias. Portanto, o programa de pesquisa seria uma fachada para a continuação do comércio de baleias para o consumo humano.

Segundo comunicado do Sea Shepherd, entre as baleias e os navios de caça há somente três barcos da organização. São só eles que tentam, de alguma forma, realizar ações para impedir ou denunciar a matança praticada pelos programas de pesquisa científica japonesa, e que, junto com os cetáceos da região, também são agredidos pelos caçadores.

São 23 países representados pelos navios da organização, incluindo o Brasil, Irlanda, Estados Unidos, Alemanha, Suécia, Espanha, Itália, França, República Tcheca, Índia, Equador e Hungria. Ativistas de todos os continentes se juntaram à causa animal contra o massacre feito em nome da ciência, o que mancha o nome da ciência com o sangue destes animais e que prejudica também o Japão, um país que poderia agir com mais responsabilidade a respeito dos direitos animais.

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