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Passeios turísticos em elefantes estão em ascensão na África

9 de outubro de 2015
3 min. de leitura
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(da Redação)

Passeios em elefantes no Zâmbia. (Foto: Peter Morey/AFP/Getty Images)
Passeios em elefantes no Zâmbia. (Foto: Peter Morey/AFP/Getty Images)

Pacotes turísticos que oferecem passeios nas costas dos elefantes em cativeiro são cruéis e perigosos para os animais, no entanto, eles estão em ascensão na África.

Uma investigação feita pela World Animal Protection descobriu que 39 sites de turismo de elefantes estão on-line na África do Sul, Zâmbia, Zimbabwe, Botswana. Um a dois locais novos abrem a cada ano. Esses tipos de atrações já existem há algum tempo na Ásia, mas só começaram a aparecer na África do Sul cerca de 25 anos atrás.

Alguns sites oferecem serviço de fotos e muitos obrigam seus elefantes a executarem perfomances. Segundo o relatório, pelo menos 25 locais oferecem passeios de elefante.

A organização entrevistou treinadores no início deste ano e descobriu que eles usam uma variedade de técnicas para domar os elefantes. Normalmente, os animais são contidos com cordas ou correntes e espancados com “bullhooks”, bastões de madeira e chicotes.

As técnicas cruéis são frequentemente infligidas a jovens elefantes recém-retirados de suas mães e podem deixar cicatrizes emocionais equivalentes ao transtorno de estresse pós-traumático em seres humanos. A pesquisa também descobriu que feridas abertas na pele dos elefantes são comuns.

Mesmo com leis internacionais destinadas a proteger elefantes – a maior parte com objetivo de parar a caça que mata cerca de 96 elefantes por dia -, essas práticas ainda são legais.

“Cada país envolvido tem leis nacionais e locais que atualmente permitem essas práticas”, afirmou David Olson, gerente de programas da vida selvagem da WAP em Nairobi, no Quênia. “A África do Sul tem leis contra a crueldade animal que raramente são aplicadas, embora o Conselho Nacional da [Sociedade para a Prevenção da Crueldade contra os Animais] tenha entrado com acusações de crueldade contra dois locais que exploram elefantes.”

Olson estima os passeios (que custam US$ 100) e atividades centradas nos elefantes geram cerca de US$ 20 milhões a cada ano. Essas atrações atraem de 200.000 a 300.000 turistas por ano.

Além dos maus-tratos, a WAP teme que a necessidade de trazer elefantes novos e mais jovens coloque em risco os animais livres na natureza.

“Foi confirmado que 24 elefantes jovens foram vendidos e exportados recentemente pelo governo do Zimbabué ao Chimelong Safari Park, na China”, disse Olson. “Eles vão sofrer uma vida de abuso se apresentando em espetáculos e servindo para passeios.” Um destino semelhante pode ser dado também para os jovens elefantes cujas mães são mortas para o comércio de marfim, já que caçadores têm vendido os órfãos para os sítios turísticos.

“As pessoas não sabem que os elefantes são retirados do meio natural para serem explorados nesses locais”, explicou Olson.

Ver os elefantes executarem truques podem levar as pessoas a acreditar erroneamente que os animais estão fazendo atos comuns ao estado selvagem. Pesquisas antigas descobriram que pessoas que viram chimpanzés aparentemente felizes realizando comerciais não entendiam que a espécie estava em risco.

Segundo o Take Part, a WAP tem trabalhado com a indústria do turismo na Ásia para parar com os passeios em elefante e espera realizar o mesmo na África, fazendo com que as agências assinem um compromisso de um turismo amigável a elefantes. Além disso, a organização incentiva os turistas que visitam a África a evitar esses locais e, se eles ainda assim quiserem ver elefantes, podem se inscrever para expedições éticas nos safaris onde podem ver os magníficos animais no lugar que pertencem: na natureza.

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