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Gorilas provam como vegetarianismo faz bem à saúde

9 de junho de 2010
3 min. de leitura
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Por Fátima Chuecco (da Redação)

Infelizmente, os pesquisadores, especialmente os interessados em doenças degenerativas, ainda não perceberam o quanto poderia ser valioso um estudo profundo sobre a alimentação dos gorilas, de qualquer uma das cinco espécies existentes no planeta. Além de serem primatas (nosso primos mais próximos na escala evolutiva), os gorilas podem pesar até 180 quilos e atingir 2 metros de altura. E tudo isso com uma alimentação à base de frutas, folhas, raízes e brotos de bambu que, raramente, é acrescida de algum inseto como cupim.

A maioria de nós diria ser impossível viver com esse tipo de alimentação. Muitos nutricionistas torceriam o nariz e diriam que com uma alimentação igual a dos gorilas ficaríamos, no mínimo, desnutridos ou com carências de proteínas e outros nutrientes essenciais à saúde. Mas então como é que s gorilas não só sobrevivem, como também vivem cerca de 40 anos e pesando mais de cem quilos?

É uma pena que os cientistas ainda não tenham percebido como pode ser importante descobrir o que há na alimentação dos gorilas que os fazem fortes e sadios sem qualquer produto de origem animal. Pode estar num estudo desse nível a chave para a prevenção de várias doenças. Aliás, os gorilas adoecem pouco, salvo quando no contato com humanos contraem bactérias para as quais não possuem defesa desenvolvida. Uma gripe que nos derruba por três dias por exemplo, pode ser fatal para um gorila, mas isso é mais ou menos o que acontecia com os índios aos primeiros contatos com o homem branco. Os índios eram saudáveis, mas não tinham resistência a vírus que até então não existiam em seu habitat natural.

Os gorilas tratam seus incômodos intestinais e digestivos com as plantas que estão ao seu redor e isso tem funcionado há milênios. Por terem uma estrutura genética tão próxima à nossa, com pelo menos 98% de semelhança, é bem provável que as ervas e raízes que lhes fazem bem também tratem diversos males que aplacam os humanos. Lembrando mais uma vez dos índios, quantos tratamentos homeopáticos não foram descobertos com as tribos indígenas? Quantos chás não são usados contra dores e cólicas?

Além disso, o vegetarianismo dos gorilas nos leva a outro dado interessante: o comportamento pacífico. Não que o gorila nunca se zangue ou parta para a briga. Há alguns confrontos entre líderes na floresta. São brigas por poder, mas que nunca terminam em morte. Os gorilas também não atacam outros animais, nem mesmo o homem. Quando se sentem ameaçados ou provocados quebram galhos, urram e batem no peito para espantar o inimigo. O confronto físico é a última alternativa e é por essa razão que estão quase extintos.

A não ingestão de carne pode ter uma relação com esse comportamento porque animais que não têm por hábito caçar não precisam desenvolver agressividade. Observa-se que os chimpanzés, embora menores e menos pesados, são bem mais violentos. Sua alimentação contém pouca carne, cerca de 15% apenas, mas mesmo assim eles já possuem uma postura mais agressiva, inclusive entre os próprios membros do grupo. Inclusive, vale assinalar que os chimpanzés são bem mais parecidos com os seres humanos, no que se refere a comportamento, do que qualquer outro primata. Assim, além de fazer bem à saúde, o vegetarianismo pode ter alguma relação com a personalidade pacífica de qualquer animal, incluindo o homem.

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