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Família de pumas raros é encontrada pela primeira vez em Pernambuco

9 de março de 2017
2 min. de leitura
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Por Sophia Portes / Redação ANDA (Agência de Notícias de Direitos Animais)

Foto: Bruno Bezerra / Bichos da Caatinga

Um família rara de pumas multicoloridos (Puma yagouaroundi) foi registrada pela primeira vez na região da caatinga de Santa Cruz do Capibaribe, em Pernambuco. As fotos inéditas mostram uma ninhada de três filhotes com dois padrões de cores e os pais de colorações diferentes.

De acordo com pesquisadores, o comum é que a ninhada dos felinos tenha a mesma cor. Outro fato curioso e raro é que a cor predominante desses animais na região Nordeste do Brasil é a vermelha e três dos membros desta família são cinzas.

As imagens mostram que a mãe tem coloração vermelha, o pai é cinza, um dos filhotes tem cor vermelha e os outros dois, cinza. Tadeu Gomes de Oliveira, professor da Universidade Estadual do Maranhão e coordenador do projeto Gatos do Mato do Brasil, disse em entrevista ao UOL que a coloração vermelha nos pumas é recessiva.

Isso quer dizer que, para nascer um filhote com esta cor, os pais teriam que ter a pelagem vermelha também. “Esse é um registro único porque não existe foto desse animal captada na natureza e nem em nenhum zoológico do mundo com ninhada multicolorida numa mesma cria”, conta Oliveira.

Foto: Bruno Bezerra / Bichos da Caatinga

Bruno Bezerra, coordenador do projeto Bichos da Caatinga, contou ao UOL que a descoberta da família incomum ocorreu após o proprietário de uma fazenda de Santa Cruz do Capibaribe pedir ajuda ao grupo para descobrir qual animal estava atacando filhotes de cabra e outros de pequeno porte de sua propriedade.

“As câmeras ficaram junto de antigos bebedouros que não secaram, apesar da forte estiagem que a região enfrenta pelo 6º ano consecutivo. Por conta da seca e da caça de animais que são presas dos Pumas yagouaroundis a área está com desequilíbrio e, certamente, eles estão atacando cabritos para matar a fome”.

Os Pumas yagouaroundis habitam em regiões de vegetação natural e não é comum seu contato com áreas rurais de plantações. De acordo com Oliveira, tratam-se de animais selvagens e de hábitos solitários. “Nesta época de extrema seca não duvidamos que esses animais estão se aproximando dessas áreas em busca de água e alimentos.”

A seca no Nordeste está ocorrendo há seis anos e isso vem afetando a sobrevivência dos animais da região. “O desmatamento, a escassez de água e alimentos, esses animais estão se aproximando do ambiente mais próximo de humanos. Por sobrevivência, se não tem água ou presas na mata, os animais vão buscar onde tem”, explica Bezerra.

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