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Veterinário alerta sobre adoção de animais: "Requer planejamento"

7 de outubro de 2016
4 min. de leitura
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Ana Carolina Stevaux ganhou um cão quando tinha 10 anos (Foto: Arquivo pessoal)
Ana Carolina Stevaux ganhou um cão quando tinha 10 anos (Foto: Arquivo pessoal)

No mês em que é comemorado o Dia das Crianças muitos pais têm a ideia de presentear os filhos com um animal doméstico. Mas a decisão, que pode trazer alegria a toda a família, também pode dar dor de cabeça e ser prejudicial ao próprio animal. “É bastante comum vermos pais que, por quererem agradar seus filhos, acabam comprando ou adotando um animal, sem antes pensar em todos os prós e contras dessa atitude”, alerta o veterinário Márcio Waldman.

Ele diz que as famílias têm que colocar o planejamento à frente da empolgação de ter um novo morador na casa. “Ter um animal é sinônimo de amor e carinho constantes, mas, também, cuidados especiais e gastos extras”, explica o veterinário.

Ele ressalta que, antes de comprar ou adotar um animal, é preciso responder a algumas questões: “A família tem tempo livre para dar atenção ao novo membro? Alguém na casa possui alergia? Estão preparados para lidar com xixi e cocô fora do lugar e possibilidade de objetos ou móveis danificados? Em caso de viagem, o animal tem com quem ficar? Estamos em condições financeiras para manter esse animal?”.

Ana Carolina Stevaux, de 11 anos, mora em Votorantim (SP) e ganhou um cão da raça shih tzu de presente dos pais. Ela conta que queria muito um animal e que ficou feliz quando finalmente ganhou o novo amigo. “Eu amei meu cachorro quando ganhei! Na noite que ela chegou eu não consegui dormir até ela estar do meu lado”, lembra.

O veterinário explica que os animais podem trazer benefícios para as crianças. “Quando transferimos a responsabilidade do manejo, do passeio e do tratamento do dia a dia para as crianças, é notório observar que elas se tornam mais sociáveis, responsáveis e com maior senso de respeito ao ser vivo.”

Porém, é preciso ficar atento, pois a empolgação dos pequenos pode passar logo. “Eu tento ser meio que a mãe dela, mas minha mãe é mais mãe dela do que eu, dai eu virei a irmã”, conta Ana Carolina.

Márcio Waldman explica que é importante refletir sobre raça e tamanho (Foto: Arquivo pessoal)
Márcio Waldman explica que é importante refletir
sobre raça e tamanho (Foto: Arquivo pessoal)

Animais filhotes ou adultos?
Márcio explica que é provável que animais filhotes deem mais trabalho do que os adultos. Ele aconselha que quem quer aumentar a família com um animal, mas não quer lidar com as travessuras, deve considerar adotar um animal adulto. “Além de fazer um bem enorme para sua família, você estará dando uma chance a um cão ou gato que dificilmente será adotado, justamente por já ser maiorzinho.”

Ele explica que, em geral, todas as raças de pequeno e médio porte convivem bem com crianças. “Raças de grande porte também convivem bem. Porém, algumas raças que tem perfil mais de proteção e segurança, o que pode dificultar a adaptação com crianças”, comenta.

Cuidados com os animais
Geralmente os gastos com os animais envolvem ração, vermifugação frequente, visitas ao veterinário e vacinas. Mas cães e gatos exigem alguns cuidados diferenciados.

Márcio explica que os gatos se adaptam em espaços pequenos e são muito indicados para quem mora em apartamento. Eles costumam aprender rapidamente a usar a caixa de areia para fazer suas necessidades e não precisam de banhos com frequência. Gatos também não precisam passear. “No entanto, é importante ter em mente que os gatinhos sentem a necessidade de arranhar. Mas dando opções para isso, como arranhadores, e os treinando para que arranhem apenas ali, tudo se resolve! Mas esteja preparado para algumas arranhadas em locais inapropriados. A vítima é, geralmente, o sofá, em especial na fase em que ainda estão aprendendo o que pode ou não ser feito”, destaca.

Já os cães são animais que, segundo o veterinário, precisam de mais espaço, pois são mais ativos. Eles também demoram um pouco mais para aprender onde fazer as necessidades e podem morder móveis e objetos, principalmente quando são filhotes. Mas eles são adestrados com maior facilidade e são extremamente sociáveis. “Eles precisam de interação com os tutores. Portanto, se eles tiverem que passar muito tempo sozinhos, com certeza irão sofrer por isso. Eles também adoram acompanhar a família em passeios e viagens e, na grande maioria das vezes, adoram fazer novas amizades, tanto com pessoas quanto com outros animais.”

Segundo Márcio, se os pais levarem em conta todas essas questões que envolvem a decisão de ter um animal doméstico, é grande a chance de evitar um dos maiores males da falta de planejamento na hora de ter um novo hóspede em casa: o abandono. “Lembre-se que todos os animais possuem sentimentos e desenvolvem uma relação de afeto com os membros da família. Portanto, o abandono jamais deve ser uma opção, ainda mais por ser considerado crime.”

Fonte: G1

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