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População de tigres-de-bengala aumenta 63% no Nepal, segundo estudo

6 de agosto de 2013
4 min. de leitura
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Por Patricia Tai (da Redação)

Foto: Reuters
Foto: Reuters

O número de tigres-de-bengala (Panthera tigris) vivendo na natureza no Nepal aumentou 63% desde 2009, de acordo com estudo realizado pelo governo do país. As informações são do Nature World News.

Uma pesquisa de cinco meses em uma área de 965 km incluindo Nepal e Índia levantou que havia 198 desses felinos vivendo livres nessa região. Quando a mesma área foi analisada em 2009, somente 121 foram encontrados.

Os últimos dados indicaram que os tigres-de-bengala alcançaram no Nepal o maior número desde os anos 70. O Nepal comprometeu-se a dobrar a população de tigres selvagens até 2022.

“Tigres são uma parte da riqueza natural do Nepal, e nós estamos comprometidos em assegurar que esses felinos selvagens majestosos tenham alimento, proteção e espaço para prosperar”, declarou à BBC Megh Bahadur Pandey, diretor-geral do Departamento de Parques Nacionais e Conservação de Vida Selvagem do Nepal.

Segundo o The Guardian, a pesquisa também fez revelar que o aumento da presença de tigres-de-bengala foi observado em todos os parques do Nepal. O Parque Chitwan, na região central do país, é o que apresenta maior número desses animais adultos – 120, seguido pelo Parque Bardiya (50) e pela reserva de vida selvagem Shukla Phanta (17).

Os tigres-de-bengala são os mais numerosos de todas as espécies de tigres e podem ser encontrados na Índia, no Nepal, em Bangladesh e no Butão.

Notícias sobre o incremento nas populações de tigres-de-bengala no Nepal vieram no mesmo momento em que foi divulgado que os tigres-de-sumatra (Panthera tigris sumatrae) estão apresentando um aumento em seus números.

Um estudo recente na Tambling Wildlife Nature Conservation – uma região de concessão de 450 km² na ilha de Sumatra – revelou uma inesperada densidade de tigres em aproximadamente 25% da área.

Dados obtidos a partir de armadilhas fotográficas indicaram que há um número estimado de seis tigres por 100 km² na porção sudoeste da região de concessão. Essa estimativa é quase o dobro do número mais alto já registrado no local.

Contraste de informações

Apesar dos resultados desses estudos parecerem animadores, eles representam apenas as estatísticas de duas regiões determinadas e não podem – ou pelo menos não deveriam – camuflar a situação dos felinos selvagens em todo o mundo, tomada a partir de uma visão mais ampla.

Os dados do estudo com os tigres-de-bengala, por exemplo, indicam aumento de 61 indivíduos em quatro anos, o que representa uma média de 16 tigres a mais por ano, em uma ampla região, ou seja, pouco mais de um por mês. Não parece muito. É preciso relativizar essa informação.

Quanto aos tigres-de-sumatra, embora tenham tido um aumento na população dentro dessa área de concessão, os dados são contraditórios se for considerada uma informação divulgada pela WWF no final do ano passado.

Conforme publicado pela ANDA, a WWF anunciou que havia apenas 250 tigres-de-sumatra na Indonésia como um todo, e que este poderia ser o primeiro felino selvagem a ser extinto neste século.

Vale lembrar também que, enquanto as populações dos tigres-de-bengala tenham aumentado em número significativo no Nepal segundo a pesquisa, outras espécies de tigres estão quase extintas na Ásia.

Foi divulgado recentemente que os tigres siberianos já estão quase extintos. A espécie (Panthera tigris altaica) só se encontra agora em pequeno número (350, de acordo com a reportagem) no extremo oriente da Sibéria, na Rússia.

Esses números pífios de poucas centenas de indivíduos de uma espécie – “250” ou “350” como relatado nos exemplos acima – podem significar nada mais que a extinção iminente.

E por falar em desaparecimento de felinos selvagens, há poucos meses foi publicado na ANDA sobre o leopardo-nebuloso-de-formosa, já extinto em Taiwan.

O maior motivo a causar a dizimação dos felinos selvagens é, sem dúvida, a ação humana através da caça predatória e furtiva, e talvez quase na mesma medida, da destruição do habitat.

Mas, independente de toda a postura crítica e analítica que se deva ter com relação ao assunto, não deixa de ser louvável a iniciativa do Nepal e da Indonésia em trabalhar sistematicamente pela preservação desses animais. Se houve muitos erros até agora, o importante é se tentar recuperar e salvar o que ainda resta, o que é uma missão urgente para todos os países e, pode-se dizer, para cada uma das pessoas.

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