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Animal reduz o estresse e promove interação no trabalho

6 de julho de 2015
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Onde antes conviviam apenas máquinas, funcionários e seus computadores, agora rola um ossinho roído, um focinho gelado e, às vezes, um latido atento. Depois da fama de melhores amigos, agora os peludos têm também no currículo o reconhecimento de serem boas companhias no ambiente de trabalho.
Na agência de tendências Über Trends, “gostar de animais e tratar bem” a whippet Costeleta Tereza, de 1 ano e 9 meses – fiel escudeira da publicitária Suzana Cohen, 33 –, já virou pré-requisito para trabalhar na empresa em Belo Horizonte. “Ela fica mais feliz em nossa companhia do que sozinha em casa. É uma forma de tornar seu dia mais interessante e o nosso também. Ela traz alegria ao ambiente. Os clientes fazem festa, e ela, por sua vez, adora receber todo mundo”, conta Suzana.
Em um espaço que é território fértil para a criatividade, tendências e comunicação, a publicitária diz que “Costeleta combina com o ambiente”, que, por ser colaborativo, também recebe animais de funcionários e clientes.
Efa, 5 anos, e Jack, 2 anos, também são cães mais que autorizados a acompanhar seu tutor, o diretor presidente da Sherman Filmes Ópticos do Brasil, Eduardo Matos, 38, durante o expediente na sede da empresa em Campinas, São Paulo. “Quando eu trabalhava em outra empresa, tinha que deixá-los em casa. Quando abri a empresa, não pensei duas vezes, uni o desejo de trabalhar ao lado dos meus companheiros”, diz.
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Os amigos de quatro patas batem cartão na empresa pelo menos três vezes por semana, mas também visitam clientes junto com o tutor. “Todo mundo gosta. O maior benefício é, certamente, poder desfrutar da companhia do seu animal o dia todo. É impossível não sorrir ao ver um cachorro espreguiçar ou inclinar a cabeça para o lado te olhando curioso”, garante Matos.
De acordo com um estudo realizado em 2012 pela Universidade Pública da Virgínia, nos Estados Unidos, os funcionários que levavam seus cães para trabalho produziam níveis mais baixos de cortisol, o hormônio do estresse durante todo o dia. Segundo a psicóloga Marília Zampieri, também é possível perceber o aumento na interação entre colegas de trabalho e satisfação do empregado. “Quanto mais agradável for o ambiente, mais motivado o funcionário estará para permanecer na empresa”, diz.
É essa a relação da empresária Raquel Mattar, 24, e da sua cadelinha maltês de 4 anos, Jolie. “Desde que a comprei, a levo para o showroom em São Paulo. No início, a levava porque ela era filhote e não gostava de deixá-la sozinha em casa, depois ela foi se acostumando e continuei levando”, conta. Raquel admite que essa não é uma prática possível em qualquer empresa, mas reconhece que experiências de outros países mostram os benefícios. “Empresas de grande porte em Nova York têm espaço para deixar os cachorros. Acho excelente porque a pessoa deixa de se preocupar com o animal sozinho. Além disso, eles começam a conviver com outros bichos e o funcionário pode passear com ele durante o horário de almoço. Acho que dá um ar mais leve ao ambiente, mas é preciso saber qual é o clima da empresa”, diz.
Entre os cuidados a serem tomados, a psicóloga Marília Zampieri lembra que nem todos têm a mesma afinidade com os animais, e isso deve ser levado em conta para não causar desconforto para os que não sejam amantes dos bichinhos.
No topo da lista dos animais mais escolhidos para conviver durante o expediente de trabalho estão os cachorros, mas outros animais também podem ocupar esses novos territórios. “As empresas devem apostar na escolha de um pet que exija menos cuidados ou atenção que não seja tão constante para que os funcionários se organizem para cuidar, até mesmo por questões de higiene e alimentação”, orienta Marília.
A publicitária Suzana Cohen reconhece que a presença da Costeleta às vezes desvia a sua atenção das atividades, o que é um ponto negativo. Já o empresário Eduardo Matos encara as pautas como “um breve escape na rotina”. “Não atrapalha minha performance”, diz.
Não tem preço. Estudo realizado pela agência norte-americana de empregos Simply Hired revelou que um terço dos funcionários aceitaria trocar 5% do salário pela possibilidade de levar os cães para o trabalho.
Fonte: O Tempo

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