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Estudo sugere que os animais podem ter um sexto sentido‏

6 de março de 2016
3 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Mwcohen/Wikipedia
Foto: Mwcohen/Wikipedia

Segundo o senso comum, os super heróis que figuram nas histórias em geral seriam dotados de sentidos excepcionais, acima dos presentes nos meros mortais. O Super Homem, por exemplo, tem o atributo da visão de Raio X. Mas, conforme um estudo citado pelo Mother Nature Network, animais não humanos também apresentam alguns “super poderes”.

Criptocromos são moléculas de flavoproteína sensíveis à luz e que estão presentes em todos os organismos vivos, das bactérias às plantas e animais. Nos animais, eles são parte do mecanismo que regula o ritmo cicardiano, mais comumente conhecido como “relógio biológico”, pois produz mudanças físicas e mentais em sincronismo com o ciclo de 24 horas do dia e da noite.

Os estudiosos descobriram que há um criptocromo especial nos olhos dos pássaros, permitindo que eles se orientem usando o campo magnético da Terra, o que ajuda a explicar como eles podem voar tão longas distâncias sem se perderem. Um sentido magnético também foi observado em alguns insetos, peixes e répteis e, segundo os pesquisadores, esse sentido é notavelmente ausente nos humanos.

Imagem da molécula de criptocromo vistga através de um software para modelagem de proteínas. Foto: Protein Data Base/Wikipedia
Imagem da molécula de criptocromo vistga através de um software para modelagem de proteínas. Foto: Protein Data Base/Wikipedia

Mas e se esse super poder for mais disseminado do que pensávamos anteriormente? Pesquisadores do Instituto de Pesquisas do Cérebro Max Planck, de Frankfurt, investigaram a presença do criptocromo equivalente ao das aves em 90 espécies de mamíferos. Como reportado em publicações da Nature Scientific, os estudiosos encontraram tais sensores magnéticos apenas em algumas espécies.

Cães, lobos, ursos, raposas e texugos possuem a molécula “criptocromo 1”. Mas felinos carnívoros como gatos, leões e tigres não apresentaram a molécula. Entre primatas, orangotangos e algumas espécies de macacos, os testes de presença da molécula também resultaram positivos.

Nos grupos que acusaram a molécula, ela está localizada em fotorreceptores da retina e reagem a campos magnéticos somente se forem estimulados pela luz.

E o que isso significa? Conforme explica um artigo do Gizmodo:

“Não é imediatamente óbvio o modo como cães e primatas usam sua recepção magnética, mas as raposas fornecem uma pista: quando estão caçando, elas são mais bem sucedidas em capturar roedores quando se lançam sobre eles na direção nordeste. Para os primatas, essa bússola construída pode ajudar no sentido de orientação corporal, ou pode constituir um traço evolucionista que ainda é largamente inutilizado”.

Orangotangos têm moléculas ativas de  criptocromo dentro de suas retinas. Foto: Kabir Bakie/Wikipedia
Orangotangos têm moléculas ativas de criptocromo dentro de suas retinas. Foto: Kabir Bakie/Wikipedia

Os pesquisadores não acreditam que essas moléculas sejam relacionadas ao ritmo cicardiano nos animais, pois elas não foram encontradas nas células responsáveis por essa função.

E isso pode equivaler a dizer que os nossos amigos não humanos têm um sexto sentido? De acordo com a reportagem, pesquisas adicionais são necessárias para se comprovar isso – uma vez que não podemos ainda ter certeza de que os criptocromos descobertos são usados para se sentir o campo magnético da Terra. Mas, segundo os estudiosos, há uma grande possibilidade.

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