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Vendida como 'mini', porca de 160 kg escapa de morte e ganha cama no DF

5 de outubro de 2015
3 min. de leitura
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A estudante Luciana Moulin com a porca Puca, de 160 kg (Foto: Isabella Calzolari/G1)
A estudante Luciana Moulin com a porca Puca, de 160 kg (Foto: Isabella Calzolari/G1)

Uma porca de 160 kg virou mascote de um abrigo para cães no Distrito Federal depois de escapar de um matadouro por ter sido vendida como mini pig, espécie do animal que chega a pesar em média 30 kg. Puca, como foi batizada, vive rodeada de cachorros em um espaço com uma cama improvisada com cobertor, sombra e um lago com lama para se refrescar do calor. Os cuidados com a porca incluem ração especial e até protetor solar.

Rações dadas à porca Puca (Foto: Isabella Calzolari/G1)
Rações dadas à porca Puca (Foto: Isabella Calzolari/G1)
A estudante Luciana Moulin, tutora da porca e proprietária do abrigo, conta que Puca foi colocada para adoção depois que a antiga tutora rejeitou o animal, que não parava de crescer.

“Um porco vive entre 15 e 18 anos e ela só tem um ano de idade e já passou dos 100 kg. A mulher foi enganada e não quis ficar com a Puca. Eu vi em uma postagem no Facebook que ela estava precisando de um lar temporário, então disse que podia ficar já que temos muito espaço no abrigo, mas acabei me apaixonando pela Puca.”

O combinado era que o animal ficasse na chácara por três semanas, mas, quatro meses depois, a jovem de 19 anos conta que não consegue mais se desfazer da porca. “Geralmente porco é conhecido por ser mais selvagem, não muito dócil, mas ela foi criada desde pequena cheia de mimos e virou um cachorro grande”, disse.

“Eu passo nas padarias, pego os pães velhos que eles vão jogar fora e a gente dá para ela na boca. Ela tem uma manchinha branca na cabeça e temos que passar protetor solar porque queima mesmo. Ela adora conforto.”

Puca foi levada para o abrigo por integrantes de uma ONG. Luciana disse que a transferência do animal foi muito trabalhosa. “Foram seis ou sete pessoas mobilizadas para colocar a Puca no carro. Precisou três dias para trazer ela para o abrigo. Ela é a bebezona daqui, é muito grande, muito. As pessoas não estão acostumadas a ver um animal desse tamanho e tão dócil.”

A mãe dela afirma que foi pega de surpresa ao chegar na chácara e se deparar com a porca. “Quando eu cheguei já estava lá e quando a porca tinha que ir embora ela não foi, mas eu não me incomodo, não. Até comecei a gostar da porca”, disse a empresária Angélica Moulin. “O cuidado com a porca e com os cachorros é um trabalho lindo, uma dedicação danada da Luciana. Ela vive praticamente em função disso e a gente fica orgulhoso. Essa porca tem vida de rainha.”

O abrigo fica em São Sebastião, região administrativa localizada a cerca de 30 km do centro da capital federal. Inaugurado há cerca de quatro meses, o local recebe de 25 a 30 cães abandonados e é mantido com doações. Apaixonada por animais desde pequena, Luciana conta que começou a se engajar com resgate de animais aos 17 anos.

“A gente tinha essa chácara aqui e ela estava abandonada. Comecei com um grupo de amigos a pegar cachorros na zoonoses e o negócio foi crescendo. Não tinha local bom para colocar os cachorros, então a gente reativou a chácara da família, capinamos, contratamos o caseiro e fizemos um esquema para beneficiar os cachorros.”

Batizado de Pet Hostel, o abrigo tem os trabalhos divulgados nas redes sociais e vem ganhando apoiadores. O espaço também é aberto para visitações. “Doação é o mais importante, é o combustível de tudo. Sem a doação não temos para onde ir porque dependemos disso. Os voluntários também são muito importantes. As pessoas têm que se sensibilizar com os cachorros de rua, dar um pouco mais de chance para eles.”

Fonte: G1.

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