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Tartarugas-verdes são monitoradas via satélite no litoral do Paraná

5 de junho de 2016
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Reprodução/ RPC
Reprodução/ RPC

Um grupo de pesquisa no litoral do Paraná desenvolve um trabalho para monitorar tartarugas-verdes que passam pela costa do estado. São colocados rastreadores via satélite no casco. É a primeira vez no Brasil que esse tipo de equipamento é instalado em tartarugas-verdes.

O intuito é obter dados para agir em prol da preservação do animal que está ameaçado de extinção. A espécie entra em fase de reprodução aos 20 anos e vive, em média, até os 80 anos.

“Já temos uma série de informações novas que vão nos dar condição de avaliar, não só as principais áreas em que elas estão concentradas, mas pensar, inclusive, em ordenamento para as atividades de desenvolvimento econômico”, afirmou a bióloga Camila Domit.

Antes de receber o equipamento, as tartarugas passam por uma espécie de check up: são medidas, pesadas, tem uma mostra do sangue coletada e recebem duas anilhas com numeração. É um verdadeiro laboratório no meio do mar.

Uma das tartarugas monitoradas caiu em uma rede e chegou aos pesquisadores pelos pescadores. Ela é jovem e tem dois anos de idade.

“Pelo tamanho deste animal é bem nítido que é um bicho que acabou de recrutar. É um animal que chegou a nossa costa diretamente da área oceânica”, diz uma das pesquisadoras.

Inicialmente, não é possível dizer se o animal é fêmea ou macho. Para isso, são necessários testes específicos.

O trabalho está em desenvolvimento desde 2014 e indica que, em geral, as tartarugas-verdes que passam pelo Paraná são novas e vêm em busca de alimentos para crescer.

Instalação do rastreador

Após a captura – realizada com todo o cuidado necessário – as tartarugas-verdes acabam viram atração no trapiche da Ilha do Mel, onde os pesquisadores colocam os rastreadores no casco.

Com luvas e pincel, os pesquisadores colam o rastreador, que localizar a tartaruga no mar. São duas camadas de resina e uma de tinta especial. A mistura não faz mal, e o aparelho não pesa muito. São 72 gramas.

Feito isso, o animal é devolvido para o mar. A expectativa dos pesquisadores é de que o equipamento fique quatro meses acoplado ao casco. O monitoramento já mostrou, por exemplo, que as jovens tartarugas nadam do Paraná a São Paulo.

Um dos aspectos que o grupo quer esclarecer é por que as tartarugas-verdes do Paraná sofrem tanto com doenças provocadas por estresse como herpes, alterações hormonais e algumas outras características identificadas em animais que estão em ambiente com muito barulho ou degradado.

“É interessante porque no nosso litoral a gente tem uma condição de conservação boa. Inclusive, temos várias unidades de preservação. Somos patrimônio da humanidade, somo um hotspot de biodiversidade. Mas, por outro lado, temos uma ameaça escondida que é um alto índice de contaminação química”, explicou Domit.

Segundo ela, há ainda várias áreas de manguezal sendo degradadas. Ela acredita que as tartarugas-verdes se concentram no estado porque encontram alimentos, porém, esta comida contém alto índice de contaminação ou não tem a mesma qualidade de cinco anos atrás.

Fonte: G1

 

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