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Veterinária destaca benefícios do convívio entre crianças e animais

4 de outubro de 2015
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Foto: Jailson Soares/ODIA
Foto: Jailson Soares/ODIA

Muitas vezes eles estão nas famílias antes mesmo das crianças aparecerem. Outras, são inseridos para oportunizar o convívio dos pequenos e fomentar as primeiras noções de cuidados e vínculos afetivos. Os animais domésticos, frequentemente, estão presentes nos lares brasileiros, mas para conviver com crianças, eles exigem cuidados e atenção redobrados para que haja o estabelecimento de uma relação saudável para os animais e para os pequenos.

A veterinária Geysa Negreiros ressalta os benefícios de crianças manterem uma convivência diária com os animais, mas lembra da necessidade de se manter atento para aspectos relacionados à saúde dos menores e também dos animais domésticos.

“É preciso se atentar a várias coisas, uma delas, por exemplo, é que você tem que saber o temperamento do animal para botar perto da criança, e antes mesmo da chegada do bebê, preparar o animal para receber a criança para esse momento não ser ruim nem para ela e nem para o animal que, muitas vezes, já faz parte daquela família. Uma das coisas mais importantes é, também, ter cuidados com a higiene do animal e higiene pessoal”, lembra.

Para os animais domésticos, é importante efetivar cuidados relacionados como manutenção da vacinação, o controle da vermifugação, ter hábitos de banho, tosa e limpeza em geral, além de se preocupar com a oferta de uma boa ração e idas rotineiras ao veterinário para manter o animal sempre saudável.

Já para os cuidadores, sejam adultos ou crianças, a higienização pessoal deve ser levada a sério. “Eu tenho um bebê, mas toda vez que brinco com os meus cães para que eles não sintam falta de atenção após a chegada do bebê, eu me preocupo em tomar um banho antes de voltar a cuidar da criança”, destaca Geysa. São com essas medidas simples, que o equilíbrio entre cuidados e deveres com animais é buscado nas atividades diárias. Para quem já tem algum animal em casa e se prepara para receber um filho, a dica da especialista é ir educando o animal para que ele também se prepare para a chegada da criança. Respeitando os espaços e a presença do bebê.

“Quando estava grávida, já fui evitando que o cachorro subisse na cama, por exemplo. Mesmo grávida já fui cortando esses hábitos, porque você tem que aproveitar a gestação para ir preparando o ambiente para que o seu animal não sinta mudanças bruscas, e não associar a chegada da criança como uma coisa ruim”, informa. Nos casos de animais que ainda serão inseridos no convívio das famílias, em um ambiente onde já tem crianças, o essencial é entender o temperamento do bicho e se manter vigilante nos momentos de interação entre animal e criança.

“Ao escolher um animal para introduzir na família, a mãe também deve pensar em uma opção que ela goste. Pensar se tem tempo para o animal, porque tem os custos que ele acarreta, a responsabilidade de criar. Não é só porque a criança vai desenvolver com a presença de um animal doméstico, que eu vou inseri-lo sem pesar as responsabilidades. O animal vai adoecer, vai latir, e se a pessoa não estiver consciente disso, ela acaba depois abandonando o animal, doa. Para não acontecer isso, você tem que primeiro se preparar”, esclarece a veterinária.

Cães e gatos são os mais comuns entre os animais domésticos, segundo a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS 2013), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), já que 44,3% dos domicílios do país possuem pelo menos um cachorro, o equivalente a 28,9 milhões de unidades domiciliares. Em relação à presença de gatos, 17,7% dos domicílios possuem pelo menos um, o equivalente a 11,5 milhões de unidades domiciliares.

Animais podem contribuir no desenvolvimento cognitivo e motor

Muito além de um ‘companheiro fiel’, como são conhecidos alguns animais domésticos, o convívio com animais nas primeiras fases da vida é extremamente estimulantes ao desenvolvimento psicossocial da criança. Os ganhos vão desde maior senso de responsabilidade até estímulo a parte motora.

“Tem muitas pesquisas que avaliam que o convívio com um animal ajuda no desenvolvimento da criança como seu comportamento de afetividade, responsabilidade para cuidar de um ser vivo, ajuda no desenvolvimento motor e social. São ganhos muito positivos”, destaca a veterinária Geysa.

Além disso, os animais também podem produzir outros benefícios para a saúde. As terapias assistidas por animais são capazes de promover melhoras físicas, sociais, emocionais e cognitivas humanas. Os animais são indicados para pessoas com deficiências sensoriais, a exemplo de cegos e surdos; dificuldades de coordenação motora, atrofias musculares, paralisia cerebral, autistas, portadores de Síndrome de Down, distúrbios comportamentais e outras afecções.

Mas nem tudo são benefícios. Há também os cuidados para não prejudicar a saúde das crianças. Os pêlos de animais podem contribuir no desenvolvimento cognitivo e motor potencialmente alergênicos, podendo causar em crianças predispostas dermatites, rinite, bronquite. Por isso, a liberação médica é fundamental para saber da possibilidade de criar um animal doméstico ou não.

A supervisão de um adulto durante a interação de crianças e animais é essencial para prevenir acidentes, como mordidas ou outros traumas, já que tanto as crianças quanto os animais não tem noção de força ou reação adequada.

Fonte: Portal O Dia.

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