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Campanha na web arrecada R$ 2 mil para cão que foi espancado

5 de setembro de 2015
4 min. de leitura
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Victor Hugo Fernandes está cuidando do cão (Foto: Jéssica Alves/G1)
Victor Hugo Fernandes está cuidando do cão
(Foto: Jéssica Alves/G1)

A rotina do estudante de direito Victor Hugo Fernandes, de 23 anos, mudou completamente depois que ele passou a cuidar do cão “Costelinha”, que foi espancado no dia 31 de agosto, em Macapá, com mais de 10 golpes na cabeça. A suspeita é de que um ex-lutador de MMA tenha agredido o animal. Victor Hugo iniciou uma mobilização na internet, por meio de redes sociais, para arrecadar recursos para o tratamento do novo amigo, como o classifica.
Ele conta que se sensibilizou com a situação do animal depois que uma foto foi compartilhada na rede social Facebook, na noite em que o cachorro teria sido agredido. Desde então, o estudante utiliza a web para divulgar a campanha de arrecadação em prol do cão.
Em dois dias, segundo ele, foram arrecadados quase R$ 2 mil em dinheiro, incluindo doações de fora do Amapá, como das cidades de Belém, no Pará, e São Paulo.
“Sem a mobilização na internet, provavelmente ele teria morrido, pois o tratamento é caríssimo. Desde que iniciei a campanha, houve um grande volume de doações, com uma proporção que nem imaginava. Isso é muito positivo. Em um dia foram gastos R$ 700 para os exames e a compra de remédios”, falou.
O jovem conta que passa o dia inteiro acompanhando o tratamento do cão, que está na residência da família do estudante. Victor Hugo diz que não tem ido às aulas, mas garante que recebe o apoio da instituição de ensino superior.
“Preciso observar integralmente o ‘Costelinha’, e, por isso, expliquei na faculdade. Os professores entenderam e apoiam a causa. Posteriormente, poderei repor o conteúdo que foi repassado, mas o importante agora é a recuperação dele”, disse. Ele também conta com o apoio dos familiares.
Apesar da gravidade da situação, Victor Hugo diz que o cachorro está apresentando reações ao tratamento. Na manhã desta quinta-feira (3), o animal conseguia se locomover sozinho pela casa. De acordo com o jovem, os veterinários que fazem o tratamento dizem que o quadro de saúde do cão é considerado estável.
“Temos que ficar acompanhando o animal todos os dias, para que ele não tenha uma reação negativa no quadro clínico. Minha vida parou só para cuidar dele. Ele está bem mais ativo, balança a cauda, e sai explorando sozinho a casa. Estamos tendo uma resposta boa do animal e se Deus quiser ele vai sobreviver”, acredita.
Além de ‘Costelinha’, o jovem cuida de outros 7 animais que foram resgatados das ruas. Ele participa há mais de dois anos da Organização Não Governamental (ONG) Anjos Protetores de Macapá, e diz que os internautas podem entrar em contato na página pessoal dele da rede social para realizar doações.
Entenda o caso
A Polícia Civil do Amapá investiga o caso do cachorro “Costelinha”, que teria sido agredido com mais de 10 pauladas na cabeça, no bairro Novo Buritizal, na Zona Sul de Macapá. Segundo a Delegacia de Meio Ambiente (Dema), o suspeito da agressão é um ex-lutador de MMA, tutor de uma cadela que estava cruzando com o cão abandono. Uma testemunha, que não quis se identificar, contou que o fato aconteceu no dia 31 de agosto. “Depois de bater, ele sentou no chão e começou a rir”, disse, referindo-se ao suspeito.
Segundo a mulher, que mora próximo ao local onde teria ocorrido a agressão, o ex-lutador pegou um pedaço de madeira que estava na rua e atacou o cachorro. Ela diz que muitos vizinhos também testemunharam a agressão, mas estão com medo de falar.
A Organização Não Governamental (ONG) Anjos Protetores de Macapá registrou um boletim de ocorrências. O estudante Victor Hugo Fernandes, que é membro da entidade, está cuidando do cachorro que foi batizado de “Costelinha”. Ele diz que o animal foi espancado até desmaiar em via pública e que teve hemorragias e dificuldades para respirar.
O delegado Sávio Pinto, da Dema, disse que o suspeito poderá responder pelo crime de maus-tratos com pena de até 1 ano de prisão, além de pagamento de multas.
Fonte: G1

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