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Policial americano aposentado relata a sua transição para o veganismo

3 de agosto de 2015
6 min. de leitura
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(da Redação)

Robert Atcheson. Foto: Handout
Robert Atcheson. Foto: Handout

Robert Atcheson, um ex-militar e policial aposentado de Washington, D.C. (Estados Unidos), tornou-se vegano há alguns anos, e relatou a sua experiência ao USA Today.
Segue abaixo a sua interessante história, na qual revela como e por que decidiu tornar-se vegano, e mostra que esta é uma mudança possível a qualquer um que tome esta decisão:”Eu me encaixo perfeitamente no estereótipo do americano ‘durão’.Cresci em uma fazenda em Iowa, onde ajudava a minha família a criar e matar suínos e bovinos, antes de nos mudarmos para uma pequena cidade. Por um tempo, nós tivemos um restaurante que servia refeições convencionais gordurosas: bacon, hamburgueres e frango frito. Aos 19 anos, deixei a minha casa para passar quatro anos na Marinha, e em seguida ingressei na polícia metropolitana de Washington, D.C.. Trabalhei nas ruas, apreendendo suspeitos procurados por terem cometido assassinatos, roubos e estupros, e posteriormente supervisionei a unidade de escolta presidencial. Fui finaImente promovido a capitão e aposentei-me após 25 anos de serviço no último outono.
Durante anos, eu fumei e consumi bebidas alcoólicas. Eu também praticava musculação e dirigia uma grande caminhonete que apelidava de ‘Bruno’. No trabalho e em casa, sempre segui uma disciplinaria estrita.
Então, quando a minha filha adolescente me disse que estava se tornando vegana, há muitos anos atrás, eu agi como muitos pais conservadores costumam fazer nesta situação – eu lhe ofereci uma escolha simples: comer a comida que eu preparava para ela, ou sair da minha casa.
Hoje, eu tenho o mesmo tipo de regra para todos os que entram em minha casa. Exceto que a comida que eu faço agora é 100% vegana – nada de carne, ovos ou laticínios. Se dependesse de mim, todos na América fariam uma escolha similar. O que me levou a esta mudança?
Eu sou um cara que não gosta de brincadeiras. Sou o cozinheiro chefe, e quem lava os pratos em nossa casa. Apesar de ter ridicularizado a minha filha em um primeiro momento, a decisão dela me fez pensar. Comecei a ler livros sobre o assunto, tentando encontrar a falha em seu argumento. Acontece que os fatos eram apoiados por especialistas de todas as áreas: médicos, pesquisadores, nutricionistas, educadores físicos – todos, exceto a indústria de carne.
E também pensei nos meus próprios familiares. Meu pai passou por sete intervenções cirúrgicas no coração e faleceu após um ataque cardíaco aos 69 anos. Minha mãe, que tem diabetes tipo 2, sofreu uma séria cirurgia de ponte de safena em Maio. Nas reuniões de família, eu tremo a cada vez que vejo os meus parentes tomando pílulas e insulina enquanto me dizem, sem titubear, que eles nunca desistirão de comer carne e queijo.
A maior parte dos americanos deve dizer o mesmo. Estamos agora com mais probabilidades de morrer de uma dieta pobre do que de qualquer outra coisa. Taxas de doenças crônicas relacionadas com a alimentação, como as doenças cardíacas, o diabetes, a pressão alta e a obesidade estão dando as cartas. Impressionante também é a quantidade de dinheiro que gastamos tratando destas doenças: cerca de 75% do orçamento de 2 trilhões de dólares do país, em 2012.

 O problema não assola apenas os civis americanos, mas também as nossas forças militares e policiais. A obesidade é a principal causa de afastamento de militares, o que onera as corporações em 1 bilhão de dólares anuais. As doenças crônicas igualmente afetam de modo desproporcional os veteranos: um em cada quatro tem diabetes, e quase 80% estão com sobrepeso ou obesos.

Os números dos policiais não estão melhores – é considerada a profissão que agrega mais obesos nos Estados Unidos, de acordo com uma análise dos dados do American Journal of Preventive Medicine. Mais de 40% dos policiais, bombeiros e guardas são obesos. Os agentes da polícia têm 25 vezes mais probabilidades de morrer de doenças relacionadas com o peso, tais como doenças do coração, do que no combate à criminalidade.
Eu me aposentei aos 50 anos. Tive o mesmo estilo de vida e hábitos alimentares da maioria dos meus colegas, e tinha uma expectativa de estar morto dentro de cinco a dez anos.

É ridículo que os responsáveis por proteger o povo deste país estejam, eles próprios, na extrema necessidade de proteção e de doenças inteiramente evitáveis. Por eu não comer produtos de origem animal, o meu risco de câncer é uma fração da média. Hoje, eu tenho o mesmo peso que eu tinha aos 21 anos, e apostaria minhas economias que, ao contrário de muitos dos meus familiares e companheiros, eu nunca sofrerei de doenças cardíacas ou diabetes.Como um militar, eu era conhecido como umosso duro de roer’, o tipo que não aceitava desaforos. Uma vez me tornei vegano, eu enviei aos meus colegas uma mensagem que gostaria que todo o país pudesse ouvir: ‘Quando você come carne e outros produtos de origem animal, você está jogando um jogo perdedor com a sua saúde. É preciso coragem e disciplina para abandonar essa porcaria e limpar o seu prato’.

E então o que eu fiz, e muitos dos meus melhores companheiros também fizeram, foi trocar aquele donut da manhã por suco de frutas, aquele sanduíche de frango por um hamburguer vegano. Recomendo fazerem o mesmo: a sua saúde – e a sua família – irão agradecer por isso.”
Nota da redação: Robert Atcheson resolveu tornar-se vegano após concluir que isso seria melhor para a sua saúde. É importante lembrar que há inúmeras outras consequências positivas quando alguém se torna vegano, e a mais notável delas é que este alguém está deixando de patrocinar a crueldade e a morte dos animais.  

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