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Darwin está morto

1 de setembro de 2015
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Sandra (GAP)
Sandra (GAP)

Com este apelo, o Procurador Geral da Nação Argentina, Julio Conte-Grand, publicou uma matéria no influente Jornal La Nacion do país irmão no qual critica a possibilidade de que a Juíza Dra. Elena Amanda Liberatori reconheça à Sandra, orangotango que vive solitária no Zoológico de Buenos Aires, os direitos básicos de uma pessoa não-humana e possa ser trasladada para um Santuário, deixando de ser explorada comercialmente na exibição de um Zoológico.
O professor Shawn Thompson, autor do livro The Intimate Ape: Orangutans and The Secret Life of a Vanishing Species (2010), e que escreve em seu blog habitualmente sobre o tema dos grandes símios, deu uma resposta à altura ao Procurador Argentino.
O professor Shawn integra um Comitê de Especialistas que assessora a Juíza no caso Sandra, o qual chegou às suas mãos através de um pedido de Habeas Corpus da ONG AFADA, que luta pelo reconhecimento dos direitos básicos dos animais em nossas sociedades. Este Comitê também está formado por duas outras personalidades com muitos anos de conhecimento sobre os orangotangos: Leif Cocks, Presidente da ONG The Orangutan Project e Gary Shapiro, fundador da ONG Orangutan Republic.
Na resposta do professor Thompson, ele manifesta sua surpresa sobre a entrada de um letrado de tanta importância na polêmica e se inclina a pensar que “um nervo exposto” tem sido atingido, já que a voz máxima do Ministério Público Argentino entra na briga para talvez intimidar a Juíza, que deve tomar uma decisão nas próximas semanas.  Sem dúvida que o “nervo exposto” se refere à indústria de carne, que, tanto no Brasil como na Argentina, podem se sentir ameaçadas em seus interesses porque se um animal ganha um direito, os outros virão atrás.
Em sua conclusão final, o professor Thompson envia uma mensagem para Sandra e a todas “as Sandras” que existem em zoológicos do mundo, aguardando pelo reconhecimento de seus direitos básicos de pessoa não-humana: “Gostaria de dizer à Sandra: Não te preocupes do que leias no Diário La Nación. Não perca as esperanças de que ainda o sistema jurídico é mais forte em seus extremos que o egoísmo humano. Por esta razão temos criado o sistema jurídico, para nos proteger de nós mesmos.”
 

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