Por atraso no processo de contratação de um novo fornecedor, animais do CCZ (Centro de Controle de Zoonose) de Americana estão sem ração há pelo menos um mês. Para evitar que o estoque ficasse completamente vazio, funcionários apelaram para a tradicional “vaquinha” e iniciaram uma campanha com representantes de ONGs (organizações não-governamentais) de proteção animal e proprietários de pet shops da cidade para arrecadar dinheiro e assim alimentar os cachorros e gatos da unidade.
A prefeitura, porém, ainda não tem um prazo para regularizar a situação.
Mesmo com a campanha, a principal dificuldade enfrentada pelos funcionários é conseguir arrecadar a quantidade suficiente de ração para alimentar todos os animais.
Atualmente, o CCZ conta com 87 cachorros e 45 gatos, mas ontem pela manhã possuía apenas um saco de 15 quilos de ração apenas para cão. Proprietários de petshops chegaram a baixar o preço dos produtos para contribuir com a campanha.
De acordo com Cristiane Ochuiuto Marques, presidente da ONG Anjos Peludos, a situação foi agravada na semana passada quando os funcionários não conseguiram manter a arrecadação interna de dinheiro. “Como é final de mês, os funcionários não estavam conseguindo juntar dinheiro e decidiram pedir ajuda para as ONGs. A situação está precária e agora não tem prazo para resolver o problema. Já levei alguns sacos de ração, mas como tem muito animal teria de ter pelo menos 80 quilos por dia”, comentou. Em um comunicado postado nas redes sociais pela ONG para pedir ajuda ao CCZ, internautas se diziam revoltados e garantiram que iriam contribuir com a ajuda.
Gerente de um pet shop no Centro, Jian Carlos Oliveira da Silva admitiu que, na semana passada, doou dois sacos de ração, mas preferiu ajudar com a campanha oferecendo um desconto de 20% aos funcionários que pediram ajuda. “Me procuraram na semana passada, mas eu não tenho como continuar doando. Os funcionários confirmaram que a licitação se encontrava atrasada e que o estoque estava praticamente vazio. Sendo assim eu decidi baixar o preço”, contou.
Esta não é a primeira vez que os animais do CCZ são vítimas da crise financeira em Americana. Em 2013, O LIBERAL mostrou que os alimentos estavam sendo trocados porque não havia quantidade suficiente de ração. Na época, a alimentação dos gatos estava sendo colocada para os cachorros, enquanto a ração dos cavalos era servida também aos galos. Procurada para comentar o assunto, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou apenas que concluiu a licitação e que já conta com fornecedor para a alimentação, mas não informou quando a entrega será regularizada.
Fonte: O Liberal